sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sem me despedir

Preferi sair
E sem me despedir
Para não chorar.
Disse que voltaria, mas não voltarei.
Saí pela porta sem olhar para trás.
Não dei tchau.
Não queria ver, pela última vez, tudo o que deixei,
Tudo o que não será mais.
Quis sair sem me despedir, deixei no ar um até breve.
Não, não quis chorar.
Levo comigo muitos sorrisos
E um nó na garganta.
Mas meu coração partido
Deixou no canto dos meus olhos
Uma lágrima tímida
Que os óculos escuros fez o favor de esconder.
Andei, dei mais um passo à frente.
É um novo caminho.
Tudo será diferente.
Mais um recomeço que a vida me trouxe
E, de repente, tudo recomeça novamente.
E para não chorar,
Espero sorrir
Com tudo que há de vir.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Iludidamente

Resolvi, de ontem pra hoje, que eu sou uma pessoa feliz. É melhor me deixar iludir com isso agora antes que eu fique velha demais para crer em alguma coisa.
Quem crê nas suas ilusões, acaba se acostumando a elas. E as tomam como verdades, o sonho entranha no corpo, dá cara nova à alma.
Hoje eu me revisto de várias cores, invento algumas. Sou mais lilás que tudo, mesmo que ninguém reconheça, mas eu reconheço. Porque minhas cores saltam dos meus olhos onde a minha alma se espelha, toda nua de si, sem vergonha, sem medo de se esconder, e não tem porque esconder.
Eu me resolvi assim, sou feliz, cheia de cores, mais lilás do que nunca. A mudança não é algo que se queira, é algo que se decida.
E eu decidi assim: sou uma pessoa feliz, iludidamente feliz.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um país de MERDA

O Brasil é uma pseudo-república, federativa, de democracia disfaçada, repleta de analfabetos que sabem "os meu direito no Procon", de demagogos maconheiros, de intelectuaizinhos de merda e de uma classe média patética que pensa que é grande conhecedora de política e de problemas sociais do país pelo simples fato de ter assinatura anual da Veja, Época ou Isto É no intuito de ter maiores esclarecimentos para fazer prova de vestibular.
Um bando de tupiniquim que acha que escutar Caetano Veloso e Bossa Nova é sinal de inteligência e cultura apurada, que ser jornalista é ser formador de opinião mesmo disseminando idéias imbecis, mesmo que este escreva o português errado usando palavras difíceis do dicionário para iludir os analfabetos funcionais que lêem os artigos de que isso é sinal de talento. Um monte de idiotas sem idéia própria que copia de textos ideológicos Americanos e Europeus grande parte de seus discurssos, e que só porque lê email e corrente veiculada e manipulada pelo PSDB acha que sabe fazer oposição. Ser de oposição não é meter o pau na Dilma nem cobrar atitudes do ex-presidente Lula. Quem tem o mínimo de conhecimento de política sabe que presidente é o que menos manda neste país e que o poder está nas mãos do Congresso Nacional, grande responsável por tudo de ruim que ocorre aqui.
Ser de oposição é mudar as próprias atitudes corruptas, é se libertar do "jeitinho Brasileiro" que todo mundo sabe usar quando faz merda por aí, é ir à Marcha da Corrupção com o mesmo entusiasmo (e o mesmo quantitativo de pessoas) que vai para a Parada Gay. Ser de oposição é, PRINCIPALMENTE, votar direito. Dar o exemplo de baixo para cima.
É votar com consciência em representantes honestos que trabalham para o bem público, comprometidos com a dignidade de uma nação inteira, que defendam o interesse do país como um todo e não votar em parente ou amigo para conseguir um cargo que renda um salário estrondoso só para comparecer ao trabalho somente uma vez por semana pra assinar o ponto. Um país é o espelho das idéias do seu povo.
O Brasil é um país de merda que elege políticos de merda oriundos de um povo tão de merda quanto. Se juntar esse bando de merda junta e trocar por bosta, ainda sobra troco.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Na decadência

Na decadência do meu sofrimento,
Entregue à minha dor,
Rosto molhado, rímel borrado,
Ouvindo Angela rorô.
Deprimida, deprimente,
Quebro tudo, enfurecida
Brigo, xingo a vida
Como quem com ela se ressente.
Socorro!
Minha cabeça está girando
A luz está se apagando
Me acuda, senão morro.
Não sei se é tarde ou cedo
Me abraça pra passar meu medo
Olhe nos meus olhos, insista
Peça que eu não desista
Pegue minha mão com carinho
Me faça ver um caminho
Me deseje sorte
E me mostre:
Qualquer coisa que me dê sentido, razão
Qualquer coisa que me aponte a direção.
Me diga que sou capaz
Tire de mim minha cruz
E que eu sinta um raio de luz
E que, enfim, eu encontre a paz.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A minha solidão

Minha solidão, eu não a significo como estar sem companhia. A mim ela se resume a não ter quem me compreenda, a ter com quem falar, mas não ter quem me ouça. A estar aflita e não ter quem me abrace, a querer fugir mas não ter para onde ir.
Minha solidão está na falta de colo, na falta de aceitação real de quem eu sou por mim e pelos outros também. Está na falta de apoio não importando o caminho que eu escolha, na falta de alguém que me faça acreditar que tudo dará certo em vez de só dizer isso num papo furado dividindo uma cerveja.
Minha solidão existe quando desmerecem os meus problemas não reconhecendo neles a gravidade que eu reconheço. Quando não entendem que só quem sabe como, quando e porque dói as dores sou eu.
Eu estou só porque ninguém é capaz de entender a complexidade do que tenho sentido e vivido e, por esse motivo, em vez de palavras de força e incentivo, eu recebo críticas de quem nem sabe nem compreende o que realmente se passa comigo.
Eu estou só porque, para ser querida e aceita, eu preciso atingir metas e superar expectativas que aqueles que me cercam estipularam para mim, como se eu tivesse que passar num teste de merecimento.
Eu tenho que seguir um molde, eu preciso reagir de acordo com o julgamento que os outros fazem da minha vida, das minha experiências.
Eu não tenho licença para ser quem sou. De acordo com os seus pontos de vistas, todos encontram soluções para meus problemas, todos sabem o que se passa comigo. É tudo muito fácil e muito simples. E o meu ponto de vista? O ponto de vista de quem está na realidade da vida, de quem vive e sente a própria vida?
Não, ninguém sabe de mim nem das minhas dores. Sou eu que vivo tudo o que vivo e é por isso que ninguém pode me compreender e é por isso que ninguém pode me criticar e é por isso que ninguém sabe resolver meus problemas.
Eu sei da minha solidão. Eu sou só, sozinha, convivendo comigo mesma.

domingo, 7 de agosto de 2011

E ser feliz

Quero fugir
De mim, fazer as malas
De repente sumir.
Libertar-me do que me consome
Sair sem eira nem beira
Mudar de nome.
Achar uma saída
Recobrar a fé
Ver luz no caos da vida.
Recomeçar do zero
Fazer tudo novo
E o futuro ser como espero.
Ser, do mundo, uma aprendiz
Abrir minhas asas
Voar e ser feliz!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que o coração sente

Embora desfrute de alguns prazeres,
Nenhum deles é vivido plenamente.
Há sempre a sensação de algo faltando,
Nada tem sentido de repente,
A infelicidade chega me arrebatando
E me deixando da vida descrente.
Então por que não me realizo com a vida?
Por que a julgo um beco sem saída?
Os meus dias andam a solavancos,
Se arrastando aos trancos e barrancos,
Pois não consigo ser indiferente
A todo vazio que meu coração sente.

Falta dum amor

A mão segurando uma flor
No rádio, Janis Joplin cantando
E seu "Maybe" com todo o fervor,
Minha tristeza vai embalando.
Minh'alma chora a falta dum amor
Como se o mundo estivesse acabando,
Em minha face há lágrimas rolando,
Porque meu peito amargura a dor
De uma alma que está definhando,
E num canto se encolhe chorando
A falta dum grande amor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O fim de mim

Quem me dera a minha morte fosse assim:
O fim de tudo, o fim de mim.
Sentir a dor passar,
Nenhum mal-terminado a terminar
E não haver mais nada a continuar.
Virar poeira e o vento me levar,
Virar fumaça e me esvair no ar.
A tristeza me deixaria,
Do sofrimento me libertaria,
Nem culpa nem arrependimento me restaria.
E de alma leve, pro infinito, voaria.
E todo tormento acabaria assim:
Até que enfim!
É o fim de tudo, é o fim de mim.

Coração panela de pressão

Coração panela de pressão,
Sem válvula antiexplosão,
Estourou por um turbilhão,
Em pedaços, se espalhou pelo chão.
E quem tocar seus restos,
Ou queima ou suja a mão.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Enquanto isso... No posto de saúde

- Preciso dos seus dados para preencher sua ficha.
- OK.
- Qual o seu nome?
- Juliana Sabino.
- Só isso?
- Só isso o quê?
- De sobrenome.
- Ah! de Sousa.
- Me empresta sua identidade e comprovante de residência. É para preencher o restante da ficha.
- Ah tá. Toma aí.

Após alguns minutos preenchendo a ficha, ela me pergunta:

- Eu não sei bem para quê eles querem saber disso, mas... Até que série você estudou, meu bem?
- Eu tenho o superior completo.
- Superior completo?
- É.
- Faculdade?
- É.
- Eu queria saber por que eles querem saber disso? E o que é que tem isso?
- Isso é para constar em estatísticas do governo. Eles querem saber o perfil dos frequentadores do posto de saúde. Saber que tipo de doença afeta mais cada idade, cada sexo. O grau de instrução das pessoas... Essas coisas.
- E o pior não é nada, minha filha. E quando eu pergunto até que série a pessoa estudou, e ela me responde que tem o segundo grau "compreto"? É mole? Segundo grau, hein! "Compreto". Como pode alguém com segundo grau falar "compreto"? Diz aí, o que é que eu faço? Eu marco o quê aqui na ficha? Porque o segundo grau aqui da ficha é com-ple-to!
- Então faz uma outra opção aí do lado, senhora. Escreva segundo grau "compreto", faça um quadradinho aí e marca.
- É, né! Aí dá para saber que tipo de segundo grau a pessoa fez, não é mesmo. Vai para a estatística do governo.

Ela faz uma cara de espanto e retruca:

- Ué! Mas uma pessoa que fez faculdade frequenta posto público de saúde?
- E o que é que tem?
- Gente que fez faculdade tem plano de saúde, não vai a posto de saúde. Paga hospital particular... Tem dinheiro, né? Agora você, com faculdade, vem a posto de saúde? Por quê?
- Eu sou uma graduada "dura", minha senhora. Ainda estou em início de carreira.
- (risos debochados!)

domingo, 24 de julho de 2011

O meu mundo

Cada um tem a sua vida, o seu mundo. Você tem o seu mundo e eu tenho o meu.
Um mundo é o conjunto de características adquiridas ao longo das experiências vividas aliada a personalidade de alguém.
E por cada um ter o seu mundo, cada mundo é um mundo. E isso independe de sobrenome, de que época ou de consanguinidade. Você tem o seu mundo, e eu, o meu.
Ninguém é dono do mundo de ninguém. E só se pode fazer parte do mundo de alguém, se esse lhe permitir compartilhá-lo, porque o mundo alheio é terra que só se entra se as fronteiras estiverem abertas, e ainda mediante convite. Desse modo, ninguém é obrigado a fazer parte do mundo de ninguém, mesmo levando-se em conta o grau de parentesco ou a convivência.
Se você se incomoda em dividir o seu mundo comigo, é só levantar as suas cercas ou o seu muro.
O meu mundo é o meu mundo. Ele tem as minhas características, tem os meus gostos, tem mais pecados que virtudes, é quase sem perdão.
O meu mundo sou eu: cheio de imperfeições, agressivo, desconfiado, seletivo, e ás vezes, divertido (para quem o entende ou com ele se identifica). Ele é frágil, cheio de mágoa, deprimido, deprimente, pulsante de raiva, desequilibrado, no limite, nos extremos. Minhas palavras soam como um soco no estômago, elas ferem como flechas de veneno e meu humor é irritante.
Por eu ser diferente, eu incomodo, causo estranheza, logo minha presença é, muitas vezes, insuportável. Mas assim sou eu, e assim é o meu mundo.
Você pode não gostar dele, pode não concordar com ele, mas, por favor, não o critique, não o julgue errado, não o condene, não o sentencie de acordo com as leis e normas do seu mundo. Até porque o seu mundo é um conjunto de características adquiridas ao longo das suas experiências vividas aliadas a sua personalidade. Tal qual o meu o é.
Eu bem sei dos problemas do meu mundo, sei que devo melhorá-lo, mas saiba você também que isso é um trabalho solitário, penoso e severamente particular. Cabe só a mim o fazer, porque o meu mundo é só meu.
A solidão que vivo comigo mesma é quem me diz o quão árduo e doloroso é o exercício de me olhar no espelho todos os dias, de enfrentar o que me reflete, de lutar contra meus próprios monstros, de disciplinar meus iminentes erros, de ser meu próprio carrasco, meu próprio general.
Eu sei o preço que pago por ser quem sou, não pago barato, nem parcelado, nem livre de juros.
Tudo o que vivi me gerou consequências, e minha personalidade (viciosa ou não) é a responsável pelo modo como processei essas consequências. Se só valorizo o pior ao invés do melhor, se minha boca jorra veneno ao invés de antídoto, se firo ao invés de curar, se meu olhar é amargo ao invés de doce, se sou antipática ao invés de ser divertida é porque a forma como vivi minha vida me tornou assim. E meu mundo é assim.
Ninguém é obrigado a gostar do meu mundo, ele é transparente, nele não há cercas nem muros que impeçam alguém de vê-lo como é, de se enganar com a suspeita de como ele seja.
Ninguém é obrigado a aceitar o meu convite para entrar, e se aceitar, não é obrigado a permanecer, por isso, minhas fronteiras estão sempre abertas para sair quando desejar. Porque meu mundo é assim, cada um tem o seu mundo. Você tem o seu, e eu, o meu.
Não me atrevo a dizer que faço do meu mundo o que quero, faço dele o que posso, do modo como me parece apropriado, de acordo com as oportunidades que me aparecem durante a caminhada de torná-lo melhor. Meu mundo tem a minha forma, minha identidade. Ele se apresenta do modo como vivi toda a minha vida, por isso ele é pessoal, intransferível e individual.
Deixe eu viver meu mundo, deixe eu fincar nele a minha bandeira tendo ela as cores que tiver. Deixe eu criar as minhas leis e executá-las conforme meu desenvolvimento, e se eu quiser revogar alguma norma, farei quando a maturidade chegar e julgar conveniente.
Deixe eu escrever meu hino, criar meu heróis. Deixe meu mundo ser o que é ou da forma que pode ser. Porque eu sou o meu mundo, sou eu que me degladio no espelho comigo mesma. Sou eu que conto as vitórias e derrotas, sou eu que sofro as lágrimas da queda, sou eu que comemoro as subidas ao pódio. Na guerra do cotidiano, eu sou o meu exército de uma só mulher.
Permita-me, sem me julgar, que eu trilhe o meu mundo na rapidez ou lentidão dos meus passos. Permita que eu seja livre para escolher, para plantar e colher, para perder e encontrar, para vencer e ganhar, para pagar o que devo pagar. Deixe eu escolher entre o peso das pedras e o cheiro das flores.
Aceite o fato de que cada um tem o seu mundo. Você tem o seu, e eu, o meu. E seja lá como for, querendo você ou não, o meu mundo é apenas o meu mundo.

Enquanto

Meu espelho me mostra quem eu sou, enquanto minha mente me convence de quem eu poderia ser, enquanto vc deseja o que quer que eu seja, enquanto eu travo comigo uma batalha para me reconhecer no meio de tudo isso.
Quem sabe um dia eu me encontro e me digo:
- Juliana? Prazer, meu nome é Juliana.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Me falta

Me falta coragem para chorar,
Me faltam verdades até para acreditar que minhas lágrimas valem a pena nem que seja como fonte de alívio.
Me faltam forças para levantar da cama todos os dias,
Me falta sossego para dormir uma noite inteira.
Me falta leveza para sorrir para o dia que se inicia,
Me falta vontade até para realizar as tarefas comuns do meu dia.
Me falta fé na vida,
Me falta esperança no futuro,
Me falta confiança em mim mesma.
Me falta ânimo para sonhar,
Me falta equilíbrio para lidar com minhas emoções,
Me falta resignação diante das coisas que não posso mudar.
Me falta a sensibilidade de me satisfazer com que é belo,
Me falta admiração pela juventude,
Me falta a plenitude.
Me falta a crença de que minha vida vale a pena,
Me falta a crença de que minha vida tem sentido,
Me falta crer,
Me falta ser,
Me falta ter.
Me falta brio,
Me falta paz,
Me falta tudo,
Me faltam todos,
Me falta eu.
E eu me falto.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O que é ela?

A felicidade é um fato, um estado ou uma ilusão idiota?
Uma moral da história? Lenda de ancestrais? Conto de fadas?
Palavra otimista pra acalmar sua alma, palavra de conforto pra te fazer pegar no sono?
Uma falsa esperança pra lhe livrar do desespero?
Ela é abstrata ou concreta?
Até que ponto se corre atrás dela? Até que ponto ela vai até você?
Ela vem? Ela vai? Você chega até ela?
Ela corre pra você ou você corre pra ela?
O que é ela? Quem é ela? Alguém a inventou ou ela realmente existe?
Quem a criou, a fez por maldade ou por piedade?
E se ela existe, então cadê ela?
Felicidade: mistério que não desvendei,
sensação que nunca senti,
definição que desconheço,
algo que não conheci.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Something

Essa música tocou no meu cérebro o dia inteiro hoje. Eu a ouvi silenciosamente, e egoistamente.
Ela embalou meus pensamentos, moveu meus sonhos como o movimento de um carrossel e fez minhas dúvidas dançarem na coreografia das partituras.
Essa música tocou no meu cérebro o dia inteiro hoje. Ela serenou minhas tristezas, me fez sorrir, segurou nos meus olhos as lágrimas iminentes.
Essa música tocou no meu cérebro o dia inteiro hoje. Ela acalentou o meu vazio, inflou nos meus pulmões um ar de esperança e me fez sentir calor através do fluido quente do sangue que corre em minhas veias.
Essa música me trouxe algo, um something a mais, um something inesperado. Eu vi um something in the way, quem sabe isso acalenta minha alma? E se esse something foi um sopro de amor, I don't know, I don't know.

domingo, 17 de abril de 2011

Novos hábitos

Precisando fazer da delicadeza um hábito em minha vida. Voltar a ser "boazinha", como me disseram.
Trazer à tona a civilidade e a educação que tenho e não aparento. Deixar de lado o complexo de cobra que dá o bote e de égua que dá o coice. Fazer jus à aparência angelical, "branquinha dos olhos azuis", boa menina.
Baixar a cabeça pra vida. Deixar de ser punk, mudar o comportamento hard core, não regurgitar palavras de ira. Engolir a raiva com água, sem mastigar. Sorrir, com o coração cheio de rancor, mas sorrir para o objeto do meu ódio. Pedir desculpas para o que pisa o meu pé, baixar os olhos pra quem me ofende e olhar pra quem detesto com doçura.
Não ser passional, não protestar, não dar soco na mesa, não revidar. Tolerar, não fazer questão do meu espaço, mas respeitar sempre o espaço do outro. Me submeter porque preciso: - Qualquer coisa que vier pra vc tá é bom. Tá querendo muito!
Preciso me tolir, aparar minhas arestas. Guardar minhas asas para não voar muito, não dar palavras ao que sinto nem ao que penso. Se o que falo polemiza, então agora me calo. "Rodar a baiana" nem pensar.
Fazer de conta. Fazer de conta que posso, que sou, que tenho. Fazer de conta que gosto de, que simpatizo com, que aceito o (a). Fazer de conta que vivo, fazer de conta que sou feliz.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ódio

Ás vezes eu sinto ódio de todo mundo. Odeio cada gesto, cada palavra. Odeio tudo nas pessoas e todas as pessoas com cada particularidade que elas carregam.
Implico, faço piadas sarcásticas, debocho, critico. Sinto raiva.
Odeio todas as pessoas e odeio tudo nelas: quando sabem que eu existo, quando agem como se eu não existisse, quando me bajulam ao precisar de minha ajuda, quando me ignoram ao se magoarem com um feito ou não feito meu, quando olham pra mim com distância fingindo estar tudo bem em vez de colocar as cartas da verdade na mesa, quando são muito receptivas, quando são demasiadamente otimistas...
Normalmente, eu odeio as pessoas, odeio precisar delas, de me importar com elas.

Ás vezes eu sinto ódio do mundo e sinto mais ódio ainda por sentir ódio. Odeio odiar tudo, odeio odiar todos, odeio odiar o mundo. Meu ódio não é antônimo de amor, nem sinônimo de indiferença. Meu ódio é antipático e repulsivo.
Meu ódio me consome, me come. Por ele tenho vivido, tenho morrido, por ele minhas feridas se abrem, se inflamam.
Meu sangue se esvae, minha alma se definha com todo o ódio do mundo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Espírito Aberto

Sabemos da quantidade de pessoas que passam necessidades reais, que estão desempregadas, que não têm como alimentar os filhos, que têm uma doença séria, enfim, ninguém ignora as mazelas do mundo. No entanto, muitas dessas pessoas que habitam as estatísticas não fazem parte do nosso círculo íntimo. Na maioria das vezes, nossos amigos e familiares estão bem, trabalham, possuem uma vida afetiva. Ok, eles têm lá seus problemas, mas não são exatamente o retrato da desgraça. Ainda assim, me espanta que muitos deles, mesmo sem motivo para cortar os pulsos, vivam como se fossem uns infelizes, lidando com o dia-a-dia de uma forma pesada, obstruindo o próprio caminho em vez de viver com mais leveza. São o que eu chamo de pessoas com o espírito fechado.

Eu respeito quem traz uma grande dor e não sai espalhando sorrisos à toa, mas me enervo com quem fecha a cara por simples falta de humor. Palavrinha mágica, esta: humor. Não me refiro a quem faz piadinhas a todo instante, e sim a quem possui inteligência suficiente para saber que é preciso relevar as incomodações, curtir as diferenças e ser generoso com o que acontece a nossa volta. Humor significa ter um espírito aberto.

Esta é a resposta para quem pergunta qual é a fórmula da felicidade – alguém ainda pergunta isso? Eu responderia: ter o espírito aberto, só. O resto vem. Amigos, amores, oportunidades, até saúde: a fartura disso tudo depende muito da sua postura de vida. Não é evidente?

Eu já fui um caramujo ambulante, daquelas criaturinhas desconfiadas, que torcia o nariz para tudo o que não fosse xerox do meu pensamento. Desprezava os diferentes de mim e com isso, claro, custava para encontrar meu lugar no mundo. Era praticamente um autoboicote. Me trancava no quarto e achava que ninguém me compreendia. Ora, nem podiam mesmo. Aliás, nem queriam.

Um dia – e ainda bem que este dia chegou cedo, no final da adolescência – eu pensei: calma aí, quem vai me salvar? Jesus? John Lennon? Percebi que o mundo era maior do que o meu quarto e que eu tinha apenas duas escolhas: absorvê-lo ou brigar contra ele. Contrariando minha natureza rebelde, optei por absorvê-lo. Abracei tudo o que me foi oferecido, deixei de me considerar importante, comecei a achar graça da vida e, com a passagem dos anos, só melhorei, não parei mais de me desobstruir, de lipoaspirar mágoas e ranzinzices – a não ser que desejasse posar de poeta maldita, o que não era o caso. Me salvei eu mesma e fui tratar de aproveitar cada minuto, que é o que venho fazendo até hoje.

Quando alguém me diz “como você tem sorte”, penso que tenho mesmo. Mas não a sorte de receber tudo caído no colo, e sim a sorte de ter percebido a tempo que nosso maior inimigo é a falta de humor. Sem humor, brota preconceito para tudo que é lado. A gente começa a ter mania de perseguição, qualquer coisa parece difícil e uma discussãozinha à toa vira um dramalhão. Prefiro escalar uma montanha a viver desta forma cansativa.

Espírito aberto. Caso você não tenha recebido gratuitamente na sua herança genética, dá pra desenvolver por si próprio.

Martha Medeiros
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As vezes a gente só precisa encarar as coisas com mais doçura!
As cores da vida tá nos olhos de quem vê..
E mesmo que as vezes vc enxergue td em preto e branco, lembre-se que ninguém é mais responsável por isso do que vc e por isso, ninguém deve sofrer a influencia ou as consequencias de suas escolhas. Trate as pessoa com mais amor, esse sentimento e contagiante e multiplicador.. E lembre-se que as fotos mais singelas estão em PB o que mostra que sempre há beleza a ser vista.. Se não deu certo, se não ocorreu como planejou.. Fazer o que? Revolte-se! Grite! Chore! Mas deixe passar, sacuda a poeira e siga em frente, lute, busque e mude seus dias.. Ficar se lamentando pelo que passou ou pelo o que poderia ter sido ou acontecido não mudará suas história. É vc quem tem que fazer isso! Não encare td como tragédia e não se ache vítima do mundo! Todos temos problemas e todos sofremos com as surras da vida, mas temos que deixar as feridas sicatrizar para que elas se tornem apenas lembranças e parte da nossa historia. Sorria!! Um mundo está a seu favor e td conspira pra seja feliz.. acredite!! Há sempre motivos pra sorrir, desde que tenha amor no coração por alguém! Ria das coisas mais tolas e jamais deixe que os aborecimentos estraguem seu humor por mais de um dia! Abra-se para uma nova vida, para novos amigos, permita-se uma segunda chance, permita-se quebrar preconceitos, permita-se conhecer pessoas, tirar implicancias, rotulos. Viver é sério demais pra ser levado a sério. Viva as cores! Respire fundo e sinta a felicidade que só depende de vc!