sexta-feira, 11 de março de 2011

Ódio

Ás vezes eu sinto ódio de todo mundo. Odeio cada gesto, cada palavra. Odeio tudo nas pessoas e todas as pessoas com cada particularidade que elas carregam.
Implico, faço piadas sarcásticas, debocho, critico. Sinto raiva.
Odeio todas as pessoas e odeio tudo nelas: quando sabem que eu existo, quando agem como se eu não existisse, quando me bajulam ao precisar de minha ajuda, quando me ignoram ao se magoarem com um feito ou não feito meu, quando olham pra mim com distância fingindo estar tudo bem em vez de colocar as cartas da verdade na mesa, quando são muito receptivas, quando são demasiadamente otimistas...
Normalmente, eu odeio as pessoas, odeio precisar delas, de me importar com elas.

Ás vezes eu sinto ódio do mundo e sinto mais ódio ainda por sentir ódio. Odeio odiar tudo, odeio odiar todos, odeio odiar o mundo. Meu ódio não é antônimo de amor, nem sinônimo de indiferença. Meu ódio é antipático e repulsivo.
Meu ódio me consome, me come. Por ele tenho vivido, tenho morrido, por ele minhas feridas se abrem, se inflamam.
Meu sangue se esvae, minha alma se definha com todo o ódio do mundo.