quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O "Feio" e o "Bonito"

Todos têm consigo o "feio" e o "bonito", tanto na personalidade quanto na aparência física, e comigo não seria diferente.
Descobri que tenho mais "feio" que "bonito", me enxerguei assim e resolvi que todos ao meu redor devem enxergar isso também, mesmo que para isso eu deva perdê-los.
Muitas pessoas não se mostram como são por medo do julgamento dos outros ou por medo de serem excluídos, transformam-se naquilo que gostariam de ser ou naquilo que os outros gostariam que elas fossem, fazendo de si verdadeiros personagens.
Fui assim um dia, mas decidi que não serei mais, chega.
Para não chocar ninguém com o meu verdadeiro EU, preferi me mostrar aos poucos, assumindo um "feio" de cada vez, e comecei pela parte mais fácil. Então, desde semana passada, resolvi assumir meus cabelos rebeldes. Não fiz escova nem chapinha, não fiquei bonita e nem me senti assim, mas me senti livre. Sei que posso e quero mudar muitos dos meus "feios" e transformá-los em "bonitos", e é isso o que vou fazer, não pelos outros, mas por mim.
Vou alisar meus cabelos, não vou me culpar pelo o que não aconteceu ou deu errado, se um amigo não me liga ou não me convida para uma festa não vou me atribuir um problema, uma culpa ou um erro. Vou em busca do auto-conhecimento, da auto-confiança, da auto-estima, vou lutar contra minha irritabilidade e intolerância, vou tentar fazer as pazes com o mundo.
Não quero me adaptar aos outros, eu quero ser EU doa a quem doer. E se aqueles a quem dei o título de amigos não gostarem, FODA-SE. Há quem goste de mim de verdade, do jeito que eu sou, há maluco para tudo neste mundo.
Vou aprender a me bastar. Vou aprender a ser feliz.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Dos três mal amados!

O amor comeu meu nome,
minha identidade,
meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade,
minha genealogia,
meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas,
meus lenços
e minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos,
o número de meus sapatos,
o tamanho de meus chapéus.
O amor comeu minha altura,
meu peso,
a cor de meus olhos
e de meus cabelos.
O amor comeu minha paz e minha guerra,
meu dia e minha noite,
meu inverno e meu verão.
Comeu meu silêncio,
minha dor de cabeça,
meu medo da morte.

(João Cabral de Melo Neto)

Quando o sono não chegar!

Neste quarto de fogo solitário
No telhado um letreiro esfumaçado
Candeeiro no peito iluminado
O cigarro no dedo incendiário
O cinzeiro esperando o comentário
Da palavra carvão fogo de vela
Meus dois olhos pregados na janela
Vendo a hora ela entrar nessa cidade
Tô fumando o cigarro da saudade
E a fumaça escrevendo o nome dela
O prazer de quem tem saudade é saudade todo dia
O prazer de quem tem saudade é saudade todo dia
Ela é maltratadeira
Além de ser matadeira
ô saudade companheira
De quem não tem companhia
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde e na doença
Na tristeza e na alegria
Quando o sono não chegar
No mais distante lugar
No deserto beira mar
Dia e noite noite e dia

(Cordel do Fogo Encantado)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Permitir-me FLORESCER.

Aprendi que tudo na minha vida é uma questão de permissão. Se eu permitir, coisas acontecem ou não, se eu permitir posso ser amada, não amada, bem tratada, mal tratada, crescer, retroceder... Então resolvi me permitir, me permitir FLORESCER, isso mesmo, FLORESCER.

Florescimento da Beleza - Dar atenção para a importância da auto-estima, cuidar de mim, da aparência, sem esquecer da essência, é claro, que é fundamental e é o que mais busco. Amar a mim mesmo é o primeiro e mais importante passo para atrair o amor e o que mais eu desejar.

Florescimento das Idéias - Fazer valer o momento de frutificação das minhas idéias, o momento excelente para toda e qualquer forma de materialização dos meus sonhos e intenções, planejar e concretizar objetivos.

Florescimento do Amor - Dar amor não importando se esse amor será recíproco ou não, sentir enorme satisfação no simples fato de doar e irradiar afeto.

Florescimento da Vida - Simplesmente viver. Buscar a felicidade dentro de mim e não fora de mim, sem
atribuí-la a pessoa nenhuma que não seja eu mesma, a coisas, a momentos. Atribuí-la a mim, somente a mim.

Florescimento da Relação com o Mundo - Viver neste mundo complicado e tentar aceitar que ele é sim, muitas vezes, ingrato e não me abater por isso, e se algo me incomoda nele, fazer minha parte para mudar. Não criar expectativas a respeito dele, não idealizar e nem esperar o retorno das minhas ações para com ele. Ser parte dele e não me sentir deslocada.

Florescimento de Mim Mesma - Me procurar, me encontrar, me conhecer, me abraçar como se abraça uma causa nobre, me enxergar e me aceitar da maneira que sou. Me amar e ser feliz assim.

Viver minha vida para sempre FLORESCENDO.

Narrativa de Arraial do Cabo

Fui passar a virada do ano novo em Arraial do Cabo com a família e alguns amigos. Chegando lá, me encantei com a beleza natural do lugar, tudo é lindo. As praias, as pracinhas, as dunas, o céu... O mais encantador é o jeitinho que a cidade tem de interior, roça, sabe?
Chegando ao sobradinho que alugamos, notei que as janelas davam direto para a rua, e que me permitia vislumbrar tanto as paisagens quanto o movimento da rua e da vizinhança.
Ventava forte e fresco, o ar puro. Momento, para mim, divino. Fiquei ali me deliciando com tudo e, de repente, uma menininha apareceu debaixo da janela e me olhou eufórica da mesma forma que se olha para algo novo, diferente. Daí, ela começa o diálogo:

- Oi, tia!
Disse ela acenando sorridente para mim.
- Oi, tudo bem?
- Tudo.
Chegou logo depois uma amiguinha dela e ela recomeçou.
- Esta é a minha tia.
- Não é nada.
- É sim.
- Não é.
- Quer ver que é?
Ela olhou para mim com aquele sorriso novamente e perguntou:
- Tia, a senhora não é a minha tia?
- Sou sim.
Ela virou-se para a amiguinha com uma cara de deboche e falou:
- Viu? Eu disse que ela é a minha tia.

Depois disso ela me deu tchauzinho e foi contar a "novidade" para o restante da vizinhança.

Humanidade X Tecnologia

A relação entre a humanidade e os grandes inventos que ela mesma criou é muito instigante. Ou é uma antítese ou um paradoxo.
A tecnologia está sempre evoluindo, já a espécie...