domingo, 23 de dezembro de 2007

"Fim de ano: recuso-me a falar da virada de ano convencional, do tempo de festas em que a gente se finge de santo, vai à missa mas odeia meio mundo, pede perdões mas vive fazendo maldade, arma um sorriso bacana, abraça a família, que na verdade está um caos, manda um uísque para os colegas a quem detesta, e um presentão para o chefe que nos despreza.

Não falarei das comemorações dos escravos do consumismo, que se endividam em dez prestações para dar presentes impossíveis a pessoas nem sempre amadas, ou cujo amor tem de ser comprado.

Não falarei do começo de ano amargo dos que dizem que pra eles essas datas não existem : espalham o negativismo de suas decepções com a raça humana, que na verdade não é tão grande , portanto não se deveria esperar que o fosse.

Falo de um começo de ano distante dos natais de religiosidade fingida, amor com hora marcada, presentes supérfluos ou adquiridos com sacrifício.

Falo de confraternização, abraço sincero, acolhimento da família sabendo que ali a gente é respeitado mesmo quando não é entendido.

Falo de uma entrada de um novo ano abrindo as portas e janelas da casa e da alma. Sem frescura, sem afetação, sem mau humor, sem pressão nem formalidade. Pensando que a gente poderia ser mais irmão e mais amigo, mais filho e mai pai ou mãe, mais humano.

Começar, não com planos mirabolantes que não se podem cumprir, mas inventando novos modos de querer bem, sobretudo a si mesmo. Sem isso não tem jeito de gostar dos outros de verdade. O bom é entrar num novo ano sem lamentações inoportunas, sobretudo sem acusar : o destino, o outro, o pai, o chefe, a vida.

Não falarei, nunca, de festas de passagem de ano tendo de encher a cara para aguentar o resultado infeliz de toda uma vida, o desamor dos parentes chatos, dos filhos idem, da mulher ou marido irônicos, da sogra carrancuda, do amigo interesseiro ou o prenúncio das contas que se acumularão porque a gente gastou o que não podia com o que não devia.

Algumas pessoas saem da manada e se propõem a cada passagem de ano, refletir sobre sua vida mais vezes, não só numa data especial. Independente de crença, ideologia e vivências, às vezes uma data marcada pode nos empurrar para menos arrogância, menos futilidade, mais humanidade.

E, já que é um ano novo, vai aí um presente meu, simples,

que os tempos estão difíceis:

Deus,
eu faço parte do teu gado:
esse que confinas em sonho e paixão,
e às vezes em terrível liberdade.
Sou, como todos, marcada neste flanco
pelo susto da beleza, pelo terror da perda
e pela funda chaga dessa arte
em que pretendo segurar o mundo.
No fundo, Deus,
eu faço parte da manada
que corre para o impossível,
vasto povo desencontrado
a quem tanges, ignoras
ou contornas com teu olhar absorto.
Deus,
eu faço parte do te gado
estranhamente humano,
marcado para correr amar morrer
querendo colo, explicação, perdão
e permanência."

LYA LUFT - Em outras palavras.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Amigo Christian, hoje me perdoe!!!

Amigo, me perdoe, mas hoje eu quero o fundo do poço. Ter esperanças, para mim, hoje, é hipocrisia e a felicidade é coisa de cinderela.
Hoje quero ficar só, na cama deitada, de olhos fechados, não quero enxergar nada além da minha dor. Não quero ouvir nada além do meu silêncio, não quero palavras de esperança, não quero ouvir o que devo sentir.
Amigo, me perdoe, mas hoje eu me entreguei, abracei a tristeza porque perdi algo que nunca fora meu, e parte de mim foi-se embora, um vazio instalou-se no meu peito.
Amigo, me perdoe, hoje não quis ser forte, não quis pensar positivo, a dor me bateu com chicote e o corpo todo doeu.
Amigo, me perdoe, mas hoje não pude resistir, amanhã talvez melhore, amanhã talvez doa menos, amanhã talvez eu consiga assimilar suas palavras e me iluminar com sua luz.
Amigo Christian, me perdoe hoje pelo dia de hoje. É só por hoje.

Paixão!!

A paixão já passou em minha vida,
Foi até bom, mas ao final deu tudo errado,
E agora carrego em mim,
Uma dor triste e um coração cicatrizado.
(...)
A paixão quer sangue e corações arruinados.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mensagem para Xanda, minha amada irmã!

Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, minha cara, tem que merecê-lo, tem que fazê-lo novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre.
Isso é o que eu e Carlos Drummond de Andrade temos a dizer para você.

O QUE DESEJO A VOCÊ!!


JÁ É NATAL E FALTA UM POUCO PARA CHEGAR O NOVO ANO, NÉ? ENTÃO DESEJO QUE DEUS FAÇA UMA REVOLUÇÃO NO SEU CORAÇÃO. QUE ELE LAVE SUAS ANGUSTIAS E SUAS MÁGOAS, POIS ELAS NOS IMPEDEM DE VER E ENTENDER O OUTRO LADO DA SITUAÇÃO.
QUE ELE TE LIVRE DO SENTIMENTO DE "VÍTIMA DA VIDA", POIS ELE NOS IMPEDE DE OLHARMOS PARA DENTRO DE NÓS MESMOS, QUE É ONDE ESTÁ AS RESPOSTAS DAS PERGUNTAS DA NOSSA VIDA, ÁS VEZES O ERRO NÃO ESTÁ NOS OUTROS, NEM NOS LUGARES, MAS SIM EM NOSSA CABEÇA MUITAS VEZES TOLA.
QUE ELE TE LIVRE DO EGOÍSMO QUE É UM SENTIMENTO PRESENTE EM TODOS OS SERES HUMANOS POR MAIS QUE TODOS NEGUEM. O EGOÍSMO NÃO É QUERER TER TUDO, MAS ACHAR QUE O MUNDO GIRA EM TORNO DE NÓS, QUE NÓS SEMPRE TEMOS RAZÃO DE TUDO, ACHAR QUE NÓS NÃO MAGOAMOS OS OUTROS, ACHAR QUE TEMOS O DIREITO DE FALAR O QUE PENSAMOS E QUEREMOS PARA AS PESSOAS, MAS QUE ELAS TAMBÉM NÃO TEM ESSE MESMO DIREITO SOBRE NÓS. FAZENDO COM QUE NÓS CRIEMOS INIMIZADES E NOS IMPEDINDO DE NOS VERMOS NO SEMELHANTE, PORQUE NÓS SOMOS O REFLEXO DO NOSSO PRÓXIMO.
QUE ELE LIMPE SUA ALMA DO RANCOR, DO ÓDIO QUE NOS LIMITAM O PERDÃO QUE DEVEMOS DAR E TAMBÉM RECEBER.
DESEJO QUE DEUS FAÇA UMA REVOLUÇÃO NO SEU CORAÇÃO, FAZENDO ELE MAIS LEVE, MAIS ABERTO, LIVRE PARA AMAR E PERDOAR E SE DAR A CHANCE DE SER FELIZ SEMPRE, A FELICIDADE EXISTE SIM, NÃO NAS COISAS, NEM NAS PESSOAS, MUITO MENOS NOS LUGARES, MAS SIM DENTRO DE NÓS ONDE POUCOS TÊM CORAGEM DE OLHAR, PROCURAR, REFLETIR E ACHAR.
ESSAS PALAVRAS NÃO SÃO PESSOAIS, É SÓ UM CONSELHOS, PORQUE É ISSO QUE EU TENHO APRENDIDO NESSES ÚLTIMOS ANOS, ACHO QUE VI COISAS QUE NÃO QUERIA ENXERGAR, E É VIVENDO DESSE JEITO QUE AS COISAS PARECEM SER MENOS DIFÍCEIS E DOER BEM MENOS, NÓS NÃO SOMOS NADA, VOCÊ PODE TER CERTEZA DISSO. O QUE REALMENTE IMPORTA É QUE POR MAIS QUE TENHAMOS DIFERENÇAS, TEMOS QUE NOS ACEITAR E NOS RESPEITAR, A FRASE DA VIDA É "A UNIÃO FAZ A FORÇA".
DESEJO QUE ESSES NOVOS CAMINHOS QUE APARECERÃO COM O DECORRER DA VIDA SEJAM TRILHADOS COM AMOR, PAZ, SABEDORIA E MUITA SAÚDE E QUE TODAS AS PESSOAS QUE SÃO IMPORTANTES NA SUA VIDA POSSAM ACOMPANHAR VOCÊ SEMPRE NESSA CAMINHADA, OBRIGADA POR TUDO.


QUE DEUS DÊ A TODOS UMA BOA SORTE!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A riqueza que nós temos, ninguém consegue perceber. E de pensar nisso tudo, tive medo e não consegui dormir!

Esse título diz tudo!
Mês passado eu completei 27 anos, isso pra mim seria apenas um novo número a ser escrito e dito, mas junto com ele vieram uma série de aprendizados, percepções, dores e também alegria!
A primeira crítica e conselho ouvi logo no dia seguinte de uma grande amiga, ela disse:
- Você tem que parar de criar expectativas! É isso que lhe faz sofrer! Esperar que as pessoas tenham a mesma reação ou se comportem da forma que você gostaria.. Tente não pensar nisso e tudo será mais brando.
Concordei de imediato! Tenho o grande defeito de esperar das pessoas a mesmo zelo e importância que dou a elas. Mas amor, não pode ser cobrado, ou vc o tem ou não! Não se pode exigir! E não devemos ter e tolice de pensar que sempre é recíproco!
E com esse pensamento veio o segundo aprendizado...
Eu tenho que me bastar! Não que não necessite e não goste da companhia. Mas devo aprender a ser feliz só, e não ficar atribuindo essa tarefa a alguém! Tenho que aprender a me divertir sozinha, ou com os poucos que querem verdadeiramente estar junto a mim!

Outro grande equívoco que estava cometendo era atribuir de forma errada o título de amigo! Amizade não está diretamente ligado com intimidade! Sou intima de várias pessoas, elas conhecem o meu passado e o que espero para o futuro, mas não é esse o motivo que fará delas minhas amigas! Elas não me conhecem e nem a minha verdade.. São pessoas impressionantes e especias, contudo não conseguem enxergar ninguém além do superficial..
Recebi grandes gestos sinceros de amizade de pessoas que não estavam tão próximas, e que eu, erradamente, não dava a importância que mereciam! Percebi o quanto era amada por quem nem imaginava..
Amizade é companheirismo! Amizade é respeito! E também aceitação! Não quero mudar os meus amigos! Os amo da forma que são e aceito todos os seus defeitos! E sempre que os vejo busco no fundo dos seus olhos a verdade! Se estão felizes ou infelizes, se atrás de um sorriso há alguém pedindo ajuda! Porque se tiver, estarei lá sem questionar!

Era isso que estava acontecendo comigo e com a minha irmã! Estávamos pedindo ajuda!
E, no entanto, fomos duramente julgadas e desrespeitadas! Em nenhum momento me fora dado a chance de defesa! Acredito que não seja uma pessoa forte, mas detesto ficar estendida no chão! Nos demos as mãos, eu e ela! Nos vimos mais uma vez sós e entendemos no silêncio da nossa caverna que sempre foi assim... apenas nós duas. Somos amigas e nos ajudamos, nos socorremos e nos respeitamos!
Vieram dias ainda mais difíceis, agora a questão era um impasse que me fez muito mal no trabalho, dias tensos..
Quem estava de mãos dadas comigo mais uma vez era ela. Tentando fazer com que eu acreditasse no inacreditável! Tentando extrair de mim um crença, ressuscitar a fé!
E o terror passou...

Hoje estamos caminhando... Ainda há muitas pedras no caminho... Mas nos redescobrimos, e ganhamos novos amigos.. A ajuda veio de onde não esperava... e com tanto carinho que emociona.. Alguns não conhecemos nem o rosto e nem a voz, mas já sentimos o amparo...
O principal é que estamos juntas de mãos dadas... E temos nos divertido muito! Rindo de nossas besteiras rotineiras, a gente canta e cozinha e quando percebemos a noite passou no nosso esconderijo... Não sentimos raiva ou mágoas de ninguém, apenas temos mais clareza de tudo..
Não sei o que nos espera... Se virá sol ou chuva.. Mas sabemos que jamais estaremos sós enquanto uma tiver a outra..

Cordel do fogo Encantado - Altamente Recomendado!

Alimento para os ouvidos e coração!
O som é poderoso e a letra contém uma riqueza impressionante!
Experimente!
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Perto de você,
Dentro da tua história
Eu carrego as paisagens
E as miragens do além

Digo que quebro as telhas
Da nossa grande construção
Pra durmir na amplidão

E o sol rodando vermelho...
E o sol pregado no azul...
E o sol rodando no céu...
E o sol suspenso no ar!...

Eu sou um louco de Deus,
Eu sou um servo dos loucos de Deus!

No fundo dos olhos, na alma do corpo,
No Fogo! Fogo!
Na alma do corpo, no fundo dos olhos,
No Fogo! Fogo!
Fogo! Fogo!...







segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Reconstrução!

Todos os tipos de relacionamentos, de regra, são difíceis. E a maioria deles traz consigo um pouco de mágoas, dores e arrependimentos, e eu vivi um desses.
Num desses momentos de reflexão sobre a vida, comecei a lembrar de tudo, pensar melhor sobre tudo o que se passou e sobre o que ainda ficou. Comparei, então, a minha vida e a dele a uma casa. A "minha casa" e a "casa dele", nosso relacionamento.
"Minha casa" era simples, confortável, forte e bem estruturada, mas a solidão habitava nela tirando a paz. Um dia conheci uma outra "casa". Era fraca, sem estrutura, pedaços caindo, paredes arrebentadas, escura e a solidão também estava lá.
Decidi reerguê-la, e numa atitude errônea, abandonei a "minha casa" em função da outra, já que essa precisava muito mais de mim. À duras penas fui reconstruindo tudo: tapando os buracos, recolocando pedaços, fortalecendo as bases, colorindo cômodos... E a solidão? Nem sabíamos mais dela.
Foi assim por toda a trajetória de quase 6 anos. Até que um dia, a "casa dele" se tornou um casarão, cresceu muito, tomou uma forma mais vital e não precisava mais de mim para ficar de pé, seus reparos tinham sido feitos.
O dono da "casa" não sentia mais prazer com a minha presença, me fazia sentir como se já não fizesse mais parte dela, não havia espaço para mim naquele lugar apesar do seu tamanho. Ele pediu que eu arrumasse as minhas coisas e fosse embora.
Com as malas na mão, de pé na porta de saída, e diante de um diferente rumo, desesperei-me por ter notado que tinha me esquecido o caminho de volta para a "minha casa". Chorei muito porque não sabia por onde ir, depois que as lágrimas acabaram consegui voltar. Doeu muito quando encontrei "minha casa". Ela não estava como eu a tinha deixado, estava tão caótica quanto aquela outra quando a vi pela primeira vez. Também estava fraca, sem estrutura, com pedaços caindo, paredes arrebentadas, escura, mas não era a solidão que habitava lá. Ao entrar vi a mágoa, a dor, as feridas, os arrependimentos.
A desilusão foi tanta que pensei que não havia mais jeito de reconstruí-la, tive medo só de pensar na possibilidade de talvez ter de destruir o que sobrou, mas o tempo clareia a escuridão da vida trazendo o sol no dia seguinte. Decidi reconstruir o que estava faltando para que "minha casa" voltasse a ser o que era antes, ou, talvez até melhor. E isso estou fazendo até agora. Aos poucos vou reerguendo tudo.
A dor amadurece e por isso aprendi que relacionar-se é compartilhar vidas, e não trocar uma pela outra, é juntas as duas "casas" e fazer uma mansão, mandar a solidão embora e convidar, todos os dias, o amor para morar nela. O amor nunca vem sozinho, sempre traz consigo mais gente com ele: vem o carinho, o respeito, a compreensão, o querer-bem.
E é assim que se constrói um relacionamento feliz.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Dialogando com um amigo!

- E aê? Cumé que tá? Beleza?

- É, né. Vou indo.

- "Vou indo"?

- Vou indo contra o vento, não posso voltar no tempo.

- É. Gostei da resposta!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Há 27 anos atrás!

Hoje, durante o intervalo da aula no cursinho, lembrei de quando vi minha irmã pela primeira vez. Eu brincava com uma bola colorida na varanda e meu pai chegava com ela nos braços. Ele entrou em casa e logo depois me chamou.
Ele, de pé, ainda com ela nos braços, me perguntou se eu não gostaria de vê-la, fiz sim com a cabeça e ele abaixou-se perto de mim para que eu pudesse conhecer então, o mais novo membro da família. Fiquei olhando pra ela e percebi que ela era maior do que eu imaginada, era toda fofinha, estava enrolada num mantinho branco bordado com floreszinhas de várias cores e ela era bem carequinha.
Fiz somente um comentário:
- Ela tem um olhão, pai!!!
Lembro de muita coisa dela, de quando era pequena. Lembro que ela era muito risonha, que corria pelo quintal inteiro, que não tinha medo de subir nas coisas, que quando caía, logo se levantava, e sem chorar. Sempre destemida e muito levada, geniosa pra cacete!
Não esqueço o dia em que eu tentei ensiná-la a falar meu nome, foi hilário porque após inúmeras tentativas ela só falava DJHAUA ao invés de JULIANA. E esse "nome" me acompanha até hoje.
Lembrei muita coisa hoje, da infância dela, da adolescência, de particularidades dela, do GÊNIO RUIM que ela tem e que às vezes é até bonitinho. Sempre nos demos bem, mesmo quando pequenas, a existência dela nunca me trouxe ciúmes, nem incômodo algum. Ela é motivo de orgulho para nossa família, tanto pelo o que é quanto pelo o que conquistou.
Espero acompanhar todos os passos da vida dela, feliz por todas as conquistas e evoluções.
REGISTRO AQUI NESTE BLOG O QUANTO ELA É IMPORTANTE PARA MIM, E O QUANTO EU A AMO E ADMIRO. DESEJO VÊ-LA FELIZ, E POR ISSO, REZO MUITO PARA QUE TODOS AQUELES SONHOS ,QUE ELA NÃO TEM ESPERANÇA QUE SE REALIZEM MAIS, SE TORNEM REAIS.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Na ponta da língua

Esses dias coloquei um CD pra ouvir que fazia muito tempo que não ouvia,
e umas das canções daquele albúm ficou ecoando em nossas cabeças, e desde então me percebo cantarolando ela pelos cantos, e ontem surpreendi a Jú na mesma.

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Luz e sentido e palavra, palavra é o coração não pensa

Ontem faltou água
anteontem faltou luz
teve torcida gritando quando a luz voltou
Não falo como você fala mas vejo bem o que você me diz
Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
prefiro acreditar no mundo do meu jeito

E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?


O que sinto muitas vezes faz sentido
E outras vezes não descubro o motivo
Que me explica porque é que não consigo ver sentido
No que sinto, no que procuro e desejo que faz parte do meu mundo
O arco-íris tem sete cores
E fui juiz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm suas próprias razões

Qual foi a semente que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito o que está acontecendo
E daí, de hoje em diante, todo dia vai ser o dia mais importante

Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui

Não digo nada, espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado por estar tão preocupado assim
Mesmo se eu cantasse todas as canções
Todas as canções, todas as canções, todas as canções do mundo
Sou bicho do mato

Mas se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui

Ou então não terás jamais a chave do meu coração

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O que é o que é?

Clara e salgada,
cabe em um olho e pesa uma tonelada,
tem sabor de mar,
pode ser discreta,
inquilina da dor,
morada predileta.,
na calada ela vem,
refém da vingança,
irmã do desespero,
rival da esperança,
pode ser causada por vermes e mundanas
ou pelo espinho da flor,
cruel que vc ama,
amante do drama,
vem pra minha cama,
por querer, sem me perguntar me fez sofrer,
e eu que me julguei forte,
e eu que me senti,
serei um fraco,
quando outras delas vir,
se o barato é louco e o processo é lento,
no momento,
deixa eu caminhar contra o vento,
do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável,
o vento não, ele é suave, mas é frio e implacável,
(é quente) borrou a letra triste do poeta,
(só) correu no rosto pardo do profeta.

(Música dos Racionais MC)

Auto-definição!

Sou um pássaro de asas quebradas.
Sou a girafa, embora possuindo a dádiva
de uma visão panorâmica devido ao longo pescoço,
não consegue enxergar no horizonte a chegada da alvorada.
Sou a bússola sem ponteiro, inerte, sem saber qual direção tomar.
Um relógio quebrado, parado no tempo, que as horas não sente passar.
Uma adolescente insensível à espinha na ponta do nariz.
Uma mulher buscando meios de ser feliz.
Que no caminho, muitas vezes, se vê perdida
tentando enfrentar as dificuldades da vida.

Memórias...

Como já relatei aqui, estou no meu período TPA- Tensão Pré-aniversário. Ando meio deprê e pra piorar minha irmã tá pior. Tentando amenizar as coisas ressuscitei uma Alessandra consumista! Tenho gastado horrores o que eu não tenho, comprado o que não preciso. Tudo pra tentar preencher esse vazio que sinto. O pior é que eu sei que esses será mais um motivo pra eu me lamentar mais tarde.. Infelizmente eu não consigo ter controle, qdo eu dou por mim já estou assinando a boleta.. O final de semana foi movimentado, fomos ao show da Pitty que foi exatamente o que eu esperava, cheio de adolescentes, a maioria mal-educado, mas como eu não tenho me sentido muito adulta ultimamente, posso dizer que foi divertido. No domingão a companhia dos amigos queridos. Mas o que se destacou nesses dias foi o filme "Memórias de uma Gueixa" que eu e Jú assistimos na segunda. Eu poderia fazer uma crítica ao filme e dizer todas a mensagens que ele passa, mas ao invés disso vou me ater a uma única palavra "EMOCIONANTE". O filme é lindo em todos os aspectos, desde a fotografia, passando pelo figurino e terminando pelo roteiro. O filme não tem nenhuma grande fórmula, mas na sua simplicidade é capaz de emocionar, e não será esse o verdadeiro sentido da vida? Emocionar-se! Não é isso que todos nós buscamos? Momentos que marcam a nossa existência!


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Dado o recado!

Todo dia é um aprendizado. Até as coisas mais fúteis nos acrescenta algo importante. E é só observando a vida e as pessoas que, de repente, vem aquele estalo!
Há alguns anos, fui ao show do LEGIÃO URBANA, Renato Russo disse a frase que nunca esqueci:
- O bem sempre vence!
Acreditei nessa frase com todas as minhas forças, gravei essa certeza no meu coração, até que um dia me desiludi, pois reparando tudo ao meu redor, notei que o contrário estava acontecendo. Passei a duvidar da força do BEM. Hoje, assistindo a um seriado na tv, ouvi o seguinte:
- O mal triunfa quando as pessoas do bem não fazem nada!
Entendi o recado.

Confessando!

Demorei a postar aqui porque estava nos meus dias de gagueira, então esperei passar, pois não conseguia escrever. Começo contando que conheci uma pessoa visitando o blog dele, me identifiquei com os sentimentos e frustrações que ele carrega consigo, desabafei todas as minhas angústias para ele e ele me respondeu carinhosamente com palavras muito consoladoras e contagiantes, ele me incentivou a buscar ajuda e é o que vou fazer. Essas palavras fizeram efeito por um curto espaço de tempo, mas não desisti ainda de ME AJUDAR. Sinto-me assim:
Não sinto vontade de acordar, estudar, nem mesmo de abrir os olhos, às vezes passear torna-se uma tortura. Moro num quintal de família, nos fundos, e por isso fico mais longe da rua, dos barulhos dos carros, da vida dos vizinhos. Minha casa tem poucas janelas e na maioria das vezes encontram-se fechadas e cobertas por cortinas vermelhas, adoro ficar em casa com tudo trancado, luzes apagadas, me parece muito confortável. Esse domingo, minha prima de 10 anos me fez uma observação que até então eu não tinha notado. Ela disse:
- Nossa! Sua casa não tem barulho, nada se escuta, é escura, pouco se enxerga aqui dentro, tudo sempre fechado, parece esconderijo.
Percebi então que me escondo de tudo, minha casa é confortável porque me mantém afastada das coisas que não quero enxergar, que não quero aceitar, que não quero viver, ou sobreviver. Isso é uma doença. Admito. Não é normal.
Minha irmã confessou pra mim que sente o mesmo, não é preguiça de levantar da cama, é não querer sair da cama. Entende?
Desde então, sinto um enorme vazio que me incomoda, sabe que às vezes até dói?
Reflito muito dentro do ônibus, adoro andar de ônibus por causa disso, meu pensamento vai longe, não preciso me concentrar em nada, só pensar, e hoje, ao voltar pra casa vindo do cursinho, escutava meu MP3 player ( que é meu companheiro inseparável porque só me permite ouvir aquilo que quero, que pré-estabeleci ) e ouvi uma música do Paulinho Moska que dizia o seguinte: "O vazio é um meio de transporte pra quem tem coração cheio, cheio de vazios que transbordam seus sentidos pelo meio."
De pronto me identifiquei. Aí, comecei a pensar sobre o que fazer com esse vazio, ou como vou enchê-lo, enchê-lo de quê?

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ao meu gigante amigo GIGANTE...

Acho que não preciso dizer que te amo!! Vc tá cansado de saber!
Então levanta essa grande cabeça e siga em frente, eu sei que a vontade é fechar a janela e voltar para a cama..
Mãeee! Hj eu não vou.. Diz que eu tô com febre!!
Mas felizmente ou infelizmente não dá prar parar:
"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma.. a vida não para.."
Meu amigo me dê o braço e ande comigo, pq é tudo que nos resta! Eu te ajudo, vc me ajuda e nós nos ajudamos!! A gente vai rindo e debochando de quem está no caminho.. lembrando de tudo que nos tirou belas gargalhadas na vida!
Dê aquela gargalhada tão comum a todos nós e não esqueça que vc nos é muito importante e essencial nos nossos dias...Feliz aniversário .. viu??

Dá língua pra lua!!

Todos os anos perto do meu aniversário eu tenho uma crise depressiva chamada "Tensão pré-aniversário". E esses dias conversando com meu amigo Gigante, que faz aniversário dia 09 desse mês, descobri que não estou sozinha nessa nóia, lembrei do Thiago, da minha irmã e de outros amigos que também sofre desse mal e que não havia me dado conta. Não é pq estamos ficando mais velhos e a rugas começam a aparecer! Mas por todos os sonhos e desejos não realizados que parecem tão distantes neste momento. Todos nós estamos passando por uma fase difícil, como por várias vezes passamos juntos, mas dessa vez está diferente. O problema é comum a todos! Parece até o mesmo!! Todos sabem o que dói no outro. Não é preciso ser dito! Mas nós só queremos ficar juntos e esquecermos que as dores existem, rimos, bebemos, brincamos e conversamos muito sobre vários assuntos, menos sobre os fantasmas que ficam nos aguardando na varanda pra nos acompanhar até em casa e fervilhar nossas cabeças enquanto tentamos pegar no sono.
Paga-se um preço alto por ser diferente! Pra sairmos da manada. Talvez somente agora tomamos consciência disso verdadeiramente. Relacionar-se está cada vez mais difícil. Esperar pelo "mágico”, pelo que dá verdadeiramente sentido aos nossos dias está cada vez mais penoso. Mas não há o que fazer.. Como o Thiago me disse: "- Cara! É ter paciência! É sentar a bunda na cadeira e esperar!"
"Just a litle Pacience" como na música do Guns!
“Um pouco mais de paciência..” como diz o Lenine!
Bem.. os dias "festivos" vão passando.. a gente se recupera!
Dá língua pra lua!! E diga que ignoramos a ela e tudo o que nos insinua..
E assim abraçados vamos seguindo e rindo de tudo o que acontece! Temos uns aos outros e sabemos no fundo de nossas almas que isso é pra sempre! Pelo menos essa certeza nos resta!
Somos amigos e isso nos traz uma grande felicidade!
Dá língua pra Lua!! Enquanto a gente abre uma cerveja, acende um incenso e ri das futilidades da vida!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Dias de Gagueira

Uma breve explicação...
Quando eu e Jú decidimos fazer um blog para expressarmos nossos sentimentos, opiniões e idéias, ficamos dias pensando em um nome com o qual nos identificássemos, mas que também pudesse dizer algo aos outros, tivesse um significado. Dias de Gagueira surgiu depois de assistir um entrevista no Recorte Cultural da TVE com a poetisa Claudia Roquette Pinto que divulgava o seu livro chamado "Os Dias Gagos". Quando ela explicou o porquê deste título houve uma identificação imediata.. Todos nós temos dias onde se expressar parece impossível. As palavras não saem, nós não conseguimos dizer o que queremos e conseguir entendimento, embora haja muito esforço, parece impossível. Dificuldade sentida pelos gagos diariamente. Serão essas palavras difíceis de serem ditas, encontradas e entendidas que nos esforçaremos para dizer... Surgindo assim: "Dias de Gagueira" o nosso blog.